domingo, 1 de dezembro de 2013

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Uma República falida ... à imagem de uma monarquia em fim de tempo


Sábias palavras de Eça de Queirós que, no século XIX, já "desenhava" o Portugal do presente:
Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há principio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agiotagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva unicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado-e pede-se conhaque! Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão! (Este texto foi originalmente escrito em 1871 - As Farpas)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Feminismo e Antifeminismo na República Portuguesa

Na sequência da controvérsia, é aprovada pelo senado em 1913 a Lei Eleitoral da República (nº 3 de 3 de Julho) onde pela primeira vez num texto legislativo se determina expressamente o sexo dos cidadãos eleitores: “são eleitores dos cargos políticos e administrativos todos os cidadãos portugueses do sexo masculino, maiores de 21 anos, ou que completem essa idade até ao termo das operações de recenseamento, que estejam no gozo dos seus direitos civis e políticos, saibam ler e escrever português e residam no território da República Portuguesa”.
O direito de voto às mulheres foi concedido (precariamente) pela primeira vez em Portugal, em 1931 sob o patrocínio legislativo do Estado Novo (lei nº 19:694 de 5 de Maio), restringido àquelas com o curso dos Liceus. Em 1934 nas eleições legislativas foram eleitas pela primeira vez mulheres para a assembleia nacional: Domitília Hormizinda Miranda de Carvalho, Maria dos Santos Guardiola e Maria Cândida Pereira.

Sobre o assunto em epígrafe veja aqui alguns bons textos.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Imagens da República


As Imagens da República, resulta de uma parceria institucional entre a Comissão para as Comemorações do Centenário da Republica e o Curso Superior de Fotografia do Instituto Politécnico de Tomar.

Este Projecto, com os seus workshops e conferências, organizados em todo o território nacional, propôs-se agir criativamente, através da reflexão e produção fotográficas, pretendendo também promover um pensamento crítico sobre os ideais Republicanos, que afinal se podem resumir no conceito, sempre contemporâneo, que é o da Cidadania.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eleições legislativas 2011


Portal do eleitor
  • Saiba onde votar
  • Saiba o seu número de eleitor
  • Siga os resultados em tempo real

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sobre a República - Livros



O 5 de Outubro e a Primeira República
(Ana Maria Magalhães, António Reis e Isabel Alçada), recorrendo às palavras do editor, "é uma obra de divulgação sobre um período crucial da História de Portugal – a instauração da República e o regime republicano até 1926. Aliando rigor científico e clareza de exposição, os autores colocam à disposição do público uma síntese, que é também uma chave para entender este agitado e complexo período da nossa História."

Eis uma abordagem, de cariz histórico, acessível a todos os nossos leitores, amplamente ilustrada e de leitura fluente, graças à capacidade de escrita límpida e objectiva dos autores.

Retirado daqui

segunda-feira, 9 de maio de 2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

Proposta de Monumento à República, na cidade do Porto


"A cidade do Porto que foi a primeira do país a levantar o brado da revolução", foi também a primeira "urbe" a projetar um monumento para assinalar a revolução republicana. Tinha 85 metros de altura e uma vasta escadaria de 32 metros de diâmetro de base, a partir da qual se erigia uma vasta colunata com cerca de 4 metros de largura, onde seriam introduzidos elevadores e escadas de acesso ao topo. Ficaria como o maior monumento em altura do país, com cerca de 46 metros acima da Torre dos Clérigos.

A estrutura era constituída por várias plataformas que serviriam aos visitantes como espaços de observação da cidade.
Na primeira plataforma, erguida a 16 metros do solo, ficariam cenas alegóricas relativas ao movimento de 31 de janeiro de 1891 e à revolução de 5 de outubro de 1910.
O topo seria encimado pela estátua da Vitória com 11 metros de altura.

Para financiar a obra a Câmara Municipal do Porto socorreu-se de um empréstimo popular, através da emissão de cadernetas ao preço individual de 1$040 reis, pagos em 52 prestações se manais.

sábado, 26 de março de 2011

Uma Viagem na República


A Biblioteca Municipal Raul Brandão apresenta, no próximo dia 02 de Abril (sábado), pelas 15h00, no Centro Cultural Vila Flor (grande auditório), o livro “Uma Viagem na República...”, conto andarilho da autoria dos alunos das EB2,3 do Concelho de Guimarães, elaborado no âmbito das Comemorações do Centenário da República, sob orientação da Biblioteca Municipal Raul Brandão.
A Escola EB 2, 3 de Caldas das Taipas participou nesta iniciativa através da excelente prestação da Bárbara Rodrigues, do Daniel Salazar, da Alexandra e do José Alberto, do João Pedro e da Ana Sofia, da Helena e do Diogo.

O ensino Secundário Liceal na Iª República


Interessante artigo sobre as reformas no Ensino Secundário Liceal durante a Iª República, da autoria de Maria Helena S. de Oliveira e Cunha (Aqui)

Quando a República foi implantada em 1910, Portugal era um país com uma população que quase atingia os seis milhões de habitantes (Rocha, 1984, p. 261), na sua maioria vivendo nos campos, e dividida, segundo Oliveira Marques (1976, p. 209), em três estratos:
a) burgueses ricos, com ligações ao sistema bancário, ao grande comércio e à propriedade fundiária, tinham governado o país no primeiro decénio do século com o apoio das chefias do exército;
b) classe média, maioritária nas grandes cidades, constituída por pequenos comerciantes e industriais, membros das profissões liberais, funcionalismo e por pequenos e médios proprietários rurais;
c) "povo miúdo", ainda insuficientemente evoluído, constituído por pequeníssimos proprietários rurais, por jornaleiros e criados da lavoura, e por operários industriais.

Em termos de população activa, 60% ou mesmo um pouco mais, era predominantemente rural; 20% trabalhava na indústria (sobretudo têxtil) e apenas 13% no sector terciário, um quadro que permitia qualificar de arcaica a estrutura da sociedade portuguesa no início do século XX. A classe média, que tinha feito a revolução, herdava igualmente uma conjuntura preocupante:

* uma crise social provocada pelo crescimento agrícola em detrimento do desenvolvimento industrial e pelo afluxo marcado da população às grandes cidades;

* Uma crise económico-financeira, marcada pela falência de bancos, aumento da dívida pública e pela contracção do investimento;

* uma crise moral, com frequentes escândalos públicos de corrupção.

A percentagem de analfabetos atingia os 75,1% em 1911, segundo Carvalho (1986, p. 710), referindo dados do "Anuário Estatístico de Portugal".

sexta-feira, 18 de março de 2011

Portal da Iª República


Um sitio interessante para aprofundar o conhecimento da primeira república.
Algumas entradas:
  • Cronologia;
  • Biografias;
  • Instituições;
  • Debates parlamentares;
  • Legislação;
  • Documentos;
  • Iconografia
  • Imprensa;
  • Bibliografia.
  • Roteiro de fontes;
  • Pesquisa temática.

A monarquia do Norte

Após o assassinato de Sidónio Pais, a 14 de dezembro de 1918, os monárquicos portugueses aproveitaram a situação de instabilidade vivida no País para redobrar as suas ações no sentido de restaurar o regime derrubado a 5 de outubro de 1910.
Assim, a 19 de janeiro de 1919, a Junta do Norte proclamou, no Porto, a restauração da Monarquia, anunciando a constituição de uma Junta Governativa. Esta era constituída por Henrique de Paiva Couceiro, que, além de presidente, tinha a seu cargo a pasta da Fazenda e Subsistências; António Adalberto Sollari Allegro, com a pasta do Reino; o visconde do Banho, encarregado dos Negócios Eclesiásticos, da Justiça e da Instrução; na Guerra e Comunicações, João de Almeida; nos Negócios Estrangeiros, Luís de Magalhães; nas Obras Públicas, Correios e Telégrafos, Artur da Silva Ramos; e na Agricultura, Comércio e Indústria e Trabalho, o conde de Azevedo.
A proclamação da Junta do Norte gerou focos de resistência ao poder republicano em vários pontos do País.
No Norte, os republicanos foram perseguidos e presos, sendo utilizado o Eden-Teatro do Porto como local onde decorriam os interrogatórios.
A 23 de janeiro, seguindo os passos dos monárquicos do Norte, os monárquicos de Lisboa concentraram-se em Monsanto, acabando, porém, por ser vencidos em pouco tempo. Os monárquicos do Norte, porém, mantiveram posições durante perto de um mês, dominando a quase totalidade do Minho e Trás-os-Montes, e ainda parte das Beiras. A revolta caiu a 13 de fevereiro, com a entrada no Porto das tropas fiéis à República.

Monarquia do Norte. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
Disponível na www: www.infopedia.pt/$monarquia-do-norte
Mais informação aqui

sexta-feira, 4 de março de 2011

Exposição "Percursos, conquistas e derrotas das mulheres na 1ª República

Exposição "Percursos, Conquistas e Derrotas das Mulheres na 1ª República" Galeria do Salão Medieval - Largo do Paço – Braga4 - 31 de Março2ª a 6ª FEIRA: 9H00-12H30 I 14H00-17H30 O Conselho Cultural da Universidade do Minho apresenta, a partir da próxima sexta-feira, dia 4 e até 31 de Março, a Exposição " Percursos, Conquistas e Derrotas das Mulheres na 1ª República", na galeria do Salão Medieval, no Largo do Paço em Braga.Esta exposição, cedida pelo Biblioteca Museu República e Resistência da Câmara Municipal de Lisboa, foi concebida para trazer à luz a problemática feminina deste período da nossa história. O Conselho Cultural vai aproveitar a ocasião para promover um conjunto de iniciativas sobre a problemática do género, cuja primeira terá lugar já no próximo dia 11 de Março, pelas 21h30, no Salão Medieval com um debate sobre questões actuais das conquistas das mulheres.A exposição é rica em imagens de mulheres feministas e republicanas militantes que se empenharam na luta politica projectando os seus anseios e reivindicações.O Conselho Cultural convida a participar em todas as Iniciativas que têm ENTRADA LIVRE.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A moeda republicana





Uma das primeiras moedas republicanas e a moeda de comemoração do Centenário da República.
Do escudo ao Euro ou o fim da soberania nacional?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

República das crianças

Um sítio interessante para a pequenada descobrir a República. (clique na imagem)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Imagens da República

A Iª Republica foi fértil ao nível da imagética. Rostos que a fizeram, traços que a contornaram, cores que a projectaram. Eis a República, cavada pelos olhares e pelo registo de quem a viveu.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

As diferentes constituições de Portugal



A Constituição é um conjunto de regras de governo que enumera e limita os poderes e funções de uma entidade política. Contém os principios fundamentais da organização da vida económica e política, os direitos fundamentais das pessoas (pessoais, económicos, sociais, políticos e culturais) e como se organiza a vida económica e política.
Veja como evoluiu a nossa constituição desde o Liberalismo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Vultos femininos da Iª República



Algumas da mulheres que padronizaram a luta pela emancipação feminina na altura da implantação da República.
Para uma reflexão sobre a emancipação feminina.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Eleições para a Presidência da República

Anibal Cavaco Silva foi ontem reeleito para um segundo mandato.
Resultados nas Caldas das Taipas
Cavaco Silva 56, 03%
Manuel Alegre 20,49%
Fernando Nobre 14,01%
Francisco Lopes 5,54%
José Coelho 2,66%
Defensor Moura 1,27%

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O dia do Regicídio

Um excelente trabalho sobre o momento em que o rei D. Carlos e o pretendente ao trono D. Luís Filipe são assassinados no Terreiro do Paço. Sugestão da Ana.

Filme inédito sobre os funerais de D. Carlos e D. Luís Filipe

Este filme foi divulgado por altura da comemoração do Iº Centenário da República e diz respeito aos funerais do rei e do príncipe herdeiro. São inéditas e a sua menor qualidade resulta dos meios de captação existentes na altura.

Pequena História da República

Para uma compreensão global da República. A implantação da República narrada em dois minutos.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Personagens da República IV - JOSÉ RELVAS

Ministro das finanças no governo provisório da República, ministro português em Madrid, rico proprietário e agricultor, etc. Nasceu a 5 de Março de 1858, na Golgã e faleceu a 31 de Outubro de 1929. Era filho de Carlos Relvas e de sua mulher, D. Margarida Amália de Azevedo Relvas. Matriculou-se na Universidade de Coimbra na faculdade de Direito, que só frequentou até ao segundo ano, abandonando-o então para seguir o Curso Superior de Letras, o qual concluiu em 1880, escrevendo nesse ano a sua tese, intitulada O Direito feudal, que apresentou na prova final do curso. Pertencente ao Directório do Partido Republicano, quando em 5 de Outubro de 1910 foi implantada a República foi ele quem, das varandas da Câmara de Lisboa, anunciou publicamente tal acontecimento. No Governo provisório então constituído ocupou a pasta das Finanças. Depois, de Outubro de 1911 a Maio de 1914, foi embaixador em Espanha. Regressado, afastou-se da política desgostoso com as lutas partidárias em que foi fértil a Primeira República, voltando apenas, por um curto período, quando após a revolta monárquica de Janeiro de 1919 aceitou formar Governo, acumulando a Presidência com a pasta do Interior (27 de Janeiro a 30 de Março de 1919).
Mais informação aqui e aqui (foto)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Exposição "O Jogo da Política Moderna!" - Desenho Humorístico e Caricatura na I República


Exposição "O Jogo da Política Moderna!" - Desenho Humorístico e Caricatura na I República.
Reitoria da UMinho, Largo do Paço, Braga, entre sexta-feira, 10-12-2010 e segunda-feira, 31-01-2011
A Galeria do Salão Medieval da Reitoria da UMinho acolhe a exposição, organizada pela Câmara de Lisboa e apresentada pelo Conselho Cultural da Universidade do Minho. Aqui

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Personagens da República III - TEÓFILO BRAGA

Joaquim Teófilo Fernandes Braga nasceu em Ponta Delgada a 24 de Fevereiro de 1843 e morreu em Lisboa a 28 de Janeiro de 1924. Foi político, escritor e ensaísta português. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, fixa-se em Lisboa em 1872, onde ensina literatura no Curso Superior de Letras (actual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). Estreia-se na literatura em 1859 com Folhas Verdes. Da sua carreira literária contam-se obras de história literária, etnografia, poesia, ficção e filosofia. Estudante universitário em Coimbra desde 1861, participou na Questão Coimbrã e em 1868 doutorou-se em Direito com a tese História do Direito Português - Os Forais. De 1872 a 1910, regeu a cadeira de Literaturas Modernas no Curso Superior de Letras, em Lisboa.

Actividade política - Militante no Partido Republicano, de tendência socialista e anticlerical. Após a queda da Monarquia, em 1910, presidiu ao governo provisório e em 1915 foi Presidente da República. Exerce vários cargos de destaque nas estruturas do Partido Republicano Português. Em 1 de Janeiro de 1910 torna-se membro efectivo do directório político, conjuntamente com Basílio Teles, Eusébio Leão, José Cupertino Ribeiro e José Relvas. A 28 de Agosto de 1910 é eleito deputado por Lisboa, e em Outubro do mesmo ano torna-se presidente do Governo Provisório. Em 1015 torna-se Presidente da República, face à demissão de Manuel de Arriaga, cumprindo o mandato deste até ao dia 5 de Outubro do mesmo ano, sendo substituído por Bernardino Machado. Foi autor de uma História das Ideias Republicanas em Portugal (1880).
Pata saber mais e ainda mais.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Personagens da República II - AFONSO COSTA

Afonso Augusto da Costa nasceu a 6 de Março de 1871 em Santa Maria, no Concelho de Seia, filho do advogado Sebastião Fernandes da Costa e Ana Augusta Pereira da Costa. Morreu em Paris a 11 de Maio de 1937, tendo sido sepultado inicialmente em Neuilly-sur-Seine, no jazigo de Robert Burnay, sendo trasladado posteriormente, em 1950, para o cemitério de Cemitério do Père-Lachaise, em Paris. Os seus restos mortais só em 1971 foram trasladados para Portugal, encontrando-se actualmente em Seia, no jazigo da família.
Em 1883 realizou, na Guarda, os primeiros exames secundários, ingressando no Liceu da Guarda em Outubro desse mesmo ano. Em 1888, entrou na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sendo um dos melhores alunos do curso onde, em 1894, se licenciou. Doutorou-se a 9 de Junho com a dissertação A Igreja e a questão social, obra em que ataca violentamente a então recente encíclica Rerum novarum. Em 1896 torna-se professor da Universidade de Coimbra (era o mais novo de todo o corpo catedrático) tornando-se, igualmente, um advogado muito respeitado. Entrou na política cedo - defendendo ideias republicanas – afirmando-se como uma das mais importantes figuras do Partido Republicano. Foi Presidente do Conselho de Ministros, ministro, dirigente do Partido Republicano e do Partido Democrático. Entrou no Parlamento nas eleições de 1900 e também com a proclamação da República em 1910, assumindo a pasta da Justiça do Governo Provisório. Afonso Costa era corajoso e determinado, criou as condições básicas para um estado laico. Mais tarde foi afastado do poder pelo golpe de Sidónio Pais e não voltou para o governo. Em oposição ao Estado Novo, exilou-se em Paris.
Para saber mais - aqui, ou por aqui e mais aqui.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Personagens da República I - BERNARDINO MACHADO


Nasceu no Rio de Janeiro em 28 de Março de 1851, filho de António Luís Machado Guimarães e da sua segunda esposa Dona Praxedes de Sousa Guimarães.

Em 1860, a família regressa definitivamente a Portugal, fixando residência em Joanes, concelho de Famalicão. O pai virá a ser o 1.º barão daquela localidade. Em 1872, aquando da sua maioridade, opta pela nacionalidade portuguesa.

Em 1882, casa com Elzira Dantas, filha do conselheiro Miguel Dantas Gonçalves Pereira, de quem teve dezoito filhos.
Faleceu em 28 de Abril de 1944.
Como político, desde a sua estreia parlamentar, auspiciosamente saudada por Tomás Ribeiro e Ramalho Ortigão, até aos derradeiros momentos da sua vida, foi um defensor inabalável das liberdades e das franquias populares, sem nunca ter resvalado para a demagogia, absolutamente incompatível com a sua vasta cultura filosófica, com a sua educação e a sua lucidez de espírito. Adversário implacável das ditaduras, a todos combateu com invulgar energia e persistência. Os exemplos estão bem vivos no combate ao governo de Hintze Ribeiro e na sua participação no conflito académico de 1907, solidarizando-se com os estudantes. (João Montes, O conceito de liberdade e democracia em Bernardino Machado. A teorização do Estado, - Texto in Boletim Cutural 8, CMVNF, 1988 (pag. 139-152). Imagem retirada daqui
Sobre Bernardino Machado:

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Oa sete pecados da República

Os 7 pecados da República - Fernanda Rolo (Comissária das comemorações do Centenário)

1. O vazio ideológico - Não tardou muito para que os próprios limites do modelo político-constitucional em que a República assentara viessem ao cimo, revelando, também, por entre outros matizes, o vazio ideológico de parte dos seus líderes. Entretanto, era cada vez mais notória a frustração com que os partidos conservadores - reduzidos a uma fraca expressão eleitoral - passaram a encarar o golpismo militar como o instrumento mais eficaz para fazer face a um Partido Democrático que, através de uma rede de caciques espalhada por todo o país, controlava, diretamente, grande parte dos atos eleitorais.
2. A alienação do apoio das classes mais baixas - No seu conjunto, as classes mais humildes estavam convencidas de que a implantação da República se traduziria imediatamente numa melhoria da situação económica nacional, o que, a prazo, acabaria por se refletir favoravelmente no seu nível de vida. Entretanto, e uma vez que nenhuma mudança significativa tinha sido introduzida nesse sentido, a impaciência das classes trabalhadoras começou a exteriorizar-se, de tal forma que nos primeiros meses de 1911 já quase todas as corporações operárias de Lisboa tinham organizado greves. O movimento estendeu-se rapidamente a todo o país, contabilizando-se, no final de 1911, um total de 42 greves envolvendo 25.670 grevistas; de resto, a orientação sindicalista revolucionária vinha, também ela, conquistando cada vez mais adeptos entre os trabalhadores.
3. A "questão religiosa" - Sendo certo que a "questão religiosa" surge reiteradamente como um dos problemas estruturantes que mais têm sido apontados para justificar o fracasso da experiência da I República portuguesa, a verdade é que são poucos os elementos que permitem concluir que a Lei de Separação entre as Igrejas e o Estado - promulgada a 20 de abril de 1911 pelo ministro da Justiça, Afonso Costa - teve uma influência direta no afastamento da República, e do seu ideário, em relação às classes rurais e conservadoras, tradicionalmente católicas. É aliás sabido que, apesar de logo na primeira reunião do Conselho de Ministros, realizada a 9 de outubro de 1910, o ministro da Justiça ter feito aprovar um decreto ordenando a expulsão ou a passagem compulsiva de ordens religiosas à vida secular, o ministro do Interior António José de Almeida acabaria por expedir, quase em simultâneo, uma circular aos governadores civis recomendando-lhes que o culto religioso fosse respeitado em todas as igrejas. António José de Almeida procurava corrigir e moderar os ímpetos mais reformistas que a lei refletia, reenquadrando-a e subordinando-a a propósitos mais gerais: o Governo da República respeita a religião de cada cidadão como mero caso de consciência, contra o qual ninguém pode atentar, e só proceder contra o clericalismo e a reação por serem contrários à liberdade humana, à paz e à ordem social.
4. A ausência de uma política económica - O regime republicano não definiu uma política económica e financeira própria. Os objetivos avançados pelos republicanos neste domínio - fomento económico e equilíbrio das contas públicas - eram bastante idênticos aos contemplados no modelo económico da Regeneração, apesar de considerarem premente a revisão da estratégia a prosseguir. Importa, contudo, não esquecer que, apesar das propostas de fomento avançadas pela República terem ficado, na maioria dos casos, por concretizar, foram sendo incorporadas algumas novidades bastante significativas, nomeadamente a aposta na difusão da instrução, defesa da exploração racional das colónias e aumento do crédito agrícola.
5. A falta de apoio popular - Em termos gerais, e contextualizando o país da revolução, a população portuguesa, composta por 5,5 milhões de habitantes, era maioritariamente analfabeta, permanecendo, no essencial, à margem do significado e do impacto do republicanismo vitoriado. Este seria, de resto, um dos argumentos mais evocados para justificar a renúncia ao direito ao sufrágio universal, tão evocada durante a propaganda, e que a lei eleitoral de 1913 - bem mais restritiva do que a legislação eleitoral monárquica - consubstanciaria.
6. A participação de Portugal na guerra - No seu conjunto, a participação de Portugal na I Guerra Mundial ditou o fim da I República. A guerra pôs a nu, exacerbando-as, todas as clivagens que tinham caracterizado o regime desde a sua implantação, em outubro de 1910: acentuou a impopularidade do Partido Democrático e de Afonso Costa e contribuiu para intensificar o conflito entre o movimento operário e a República.
7. O peso dos monopólios e um vazio do Estado - No início da década de 20, no país diferente que saíra da guerra, eram vários os políticos a considerar que a República tinha falsificado o seu programa, não só porque manteve os monopólios existentes à data da proclamação do regime (tabacos, fósforos), como criara novos privilégios e monopólios. O fracasso do poder político perante o peso e a influência alcançados pelos "grupos económicos" - que durante estes anos chegaram a controlar os principais jornais do país ("Diário de Notícias", "O Século" e "O Primeiro de Janeiro") -, era o reflexo do insucesso das políticas económicas republicanas, aliado à ausência de uma estratégia de atuação global que reservasse ao Estado um papel mais interventivo e dinâmico.

Texto completo publicado na revista Única de 2 de outubro de 2010.

Texto completo aqui

domingo, 19 de dezembro de 2010

Reconhecimento da república portuguesa pelos Estados Unidos da América (EUA)



Ao receber as comunicações oficiais da proclamação da República Portuguesa o governo de Washington instruiu o seu ministro em Lisboa para manter relações com as autoridades de facto necessárias para proteger os interesses americanos, devendo proceder-se ao reconhecimento só depois de a nação ter manifestado por qualquer facto a sua adesão ao novo regime. As autoridades americanas justificaram o seu procedimento com o desejo de deixar à Grã-Bretanha a iniciativa numa questão que dizia principalmente respeito à Europa. Mas o verdadeiro motivo da atitude americana foi, porém, de não querer criar um precedente contra a política que o presidente Taft havia adoptado de não reconhecer os múltiplos ditadores que constantemente surgiam nos países da América Latina, sem lhes impor o respeito pelas normas, democráticas. Esta política, geralmente atribuída ao Presidente Wilson, foi na verdade iniciada pelo seu antecessor Taft, como o caso do reconhecimento da República Portuguesa o demonstra, e foi abandonada pelo presidente Hoover que restabeleceu a doutrina tradicional consagrada por Monroe.
Em 28 de Maio de 1911 realizaram-se as eleições para a Assembleia Constituinte que reuniu pela primeira vez em 19 de Junho, tendo nessa sessão sido abolida a monarquia e adoptado como forma de governo a República Democrática. Nesse mesmo dia o encarregado de negócios americano entregou a Bernardino Machado, ministro dos Negócios Estrangeiros, uma nota pela qual o governo dos Estados Unidos reconhecia formalmente o governo da República Portuguesa. A atitude americana foi seguida pelo México em 29 de Junho e por Salvador em 13 de Julho.
(Continuação)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Visita de estudo à Exposição "RESISTÊNCIA. Da alternativa republicana à luta contra a ditadura (1891-1974)


No âmbito do seu programa de comemoração do Iº Centenário da República, os alunos do 9º Ano visitaram a exposição em epígrafe, na antiga cadeia da Relação, no Porto.

Núcleos/espaços de visita

I - Sant’Ana - A Caminho da República 1891-1910
II - Pátio - O 5 de Outubro
III - Senhor de Matosinhos - Implantar e defender a I República 1910-18
IV - Santo António - Restauração e Fim da I República 1918-26
V - Santa Teresa - A Ditadura e o Reviralho 1927-31
VI - Átrio das Colunas - Uma Ditadura para durar 1932-34
VII - Sala das Colunas - Resistir 1934-58
VIII - Átrio do Tribunal - O Furacão Delgado 1958-62
IX - Sala do Tribunal - Da Guerra Colonial ao 25 de Abril de 1974
Esta exposição é organizada pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e comissariada por Tereza Siza e Manuel Loff.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Concerto Comemorativo do Centenário da República


Visita do Presidente do Brasil a Portugal, em 1910

No dia 1 de Outubro de 1910, o Presidente do Brasil, Marechal Hermes da Fonseca, deu início a uma visita oficial a Portugal. O Presidente iria permanecer no nosso País até ao dia 8 de Outubro, acompanhando de perto a revolução e a implantação da República. Pouco depois, caberia precisamente à República dos Estados Unidos do Brasil o primeiro reconhecimento oficial do regime de Portugal.


Visita do Presidente do Brasil a Portugal, em 1910

Simbologia Republicana














Para saber mais sobre:
simbologia da bandeira nacional

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

No início da Iª República ... o mundo em 2010

No início do século XX, altura em que a monarquia se desmoronava, por culpa própria e por acção da República, perspectivava-se já aquilo que seria o mundo em 2010. O "sonho" não andaria muito perto da realidade e hoje, aquilo que seriam meras insânias em 1910, são artefactos pré-históricos de uma tecnologia que, de forma despótica, se impõe ao quotidiano das pessoas. Aqui se apresentam alguns exemplos da recolha feita pelos alunos, na altura em que se debruçaram sobre os ambientes e os contextos socio-políticos e culturais que dominavam o Portugal de uma República ainda imberbe.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Entrega de prémios



Concurso "Tenho fé na República"

Por decisão da Direcção Executiva, a entrega dos prémios aos alunos vencedores será feita durante a festa de Natal, no dia 17 de Dezembro.
Parabéns aos vencedores e uma menção de honra para todos aqueles que, não tendo ficado no pódio esmeraram-se, tendo apresentado trabalhos com grande qualidade.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Concurso "Tenho fé na República"

Trabalhos premiados no âmbito da exposição "Tenho fé na República.

Critérios que presidiram à escolha dos trabalhos premiados:
• Rigor histórico;
• Pesquisa desenvolvida e temática abordada;
• Criatividade;
• Materiais utilizados;
• Percepção do objectivo fundamental das comemorações do Iº Centenário da República.

1º Prémio

Ana Sofia Saraiva Martinho - 9º E

Carolina da Silva Ferreira - 9º E

David Capela Martins Silva - 9º E



2º Prémio


Maria José Silva Marques - 9º F


Rita Isabel da Silva Gonçalves - 9º F




3º Prémio

Marisa Rafaela Costa Ribeiro

Raquel Sofia Moreira Ferreira