domingo, 19 de dezembro de 2010

Reconhecimento da república portuguesa pelos Estados Unidos da América (EUA)



Ao receber as comunicações oficiais da proclamação da República Portuguesa o governo de Washington instruiu o seu ministro em Lisboa para manter relações com as autoridades de facto necessárias para proteger os interesses americanos, devendo proceder-se ao reconhecimento só depois de a nação ter manifestado por qualquer facto a sua adesão ao novo regime. As autoridades americanas justificaram o seu procedimento com o desejo de deixar à Grã-Bretanha a iniciativa numa questão que dizia principalmente respeito à Europa. Mas o verdadeiro motivo da atitude americana foi, porém, de não querer criar um precedente contra a política que o presidente Taft havia adoptado de não reconhecer os múltiplos ditadores que constantemente surgiam nos países da América Latina, sem lhes impor o respeito pelas normas, democráticas. Esta política, geralmente atribuída ao Presidente Wilson, foi na verdade iniciada pelo seu antecessor Taft, como o caso do reconhecimento da República Portuguesa o demonstra, e foi abandonada pelo presidente Hoover que restabeleceu a doutrina tradicional consagrada por Monroe.
Em 28 de Maio de 1911 realizaram-se as eleições para a Assembleia Constituinte que reuniu pela primeira vez em 19 de Junho, tendo nessa sessão sido abolida a monarquia e adoptado como forma de governo a República Democrática. Nesse mesmo dia o encarregado de negócios americano entregou a Bernardino Machado, ministro dos Negócios Estrangeiros, uma nota pela qual o governo dos Estados Unidos reconhecia formalmente o governo da República Portuguesa. A atitude americana foi seguida pelo México em 29 de Junho e por Salvador em 13 de Julho.
(Continuação)

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